Já ouviu falar em arquétipos? Apesar de ser uma teoria vinda da psicologia, ela é muito usada atualmente pelo marketing e pela publicidade para a construção de marca. 

Através deles é possível ter entendimento melhor dos atributos da marca, estabelecer conexão mais genuína com o consumidor e, consequentemente, aumentar os resultados. 

Falaremos os principais exemplos de arquétipos e como as grandes marcas se utilizam deles na prática. 

Continue lendo e confira! 

O que são arquétipos?

Como já falado, o conceito de arquétipos foi desenvolvido na Psicologia e definido por Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicoterapeuta que fundou a psicologia analítica. 

Segundo ele, os arquétipos são “conjuntos de imagens primordiais originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.” 

Ou seja, são figuras que carregamos em nosso imaginário, algumas desde a infância, outras criadas em nossa fase adulta. 

Elas são o que dão sentido para todas as histórias que escutamos ao longo da vida e servem para externar elementos que existem em nosso subconsciente. 

O Jung, por exemplo, tinha sonhos constantes com serpentes negras, sombras e um velho sábio, que, para ele, representavam a sabedoria e o poder onipresente supremo. 

Também sonhava com uma mulher que ele acreditava que representava o seu lado feminino. 

Por que utilizar os arquétipos na comunicação?

No livro “O herói e o Fora da Lei”, Margaret Mark e Carol S. Pearson falam do universo dos arquétipos de Carl S. Jung, relacionando-os com o marketing. 

A ideia das autoras é que os profissionais da área utilizem essas figuras para construção de marcas mais fortes. 

No momento que se cria uma imagem arquetípica para uma empresa é possível aproximá-la melhor dos seus consumidores. 

Fazer o uso desse “artifício”, que está presente em nossa comunicação há séculos, cria uma identificação maior por parte do público-alvo

Além disso, alinhar o perfil da marca com um arquétipo possibilita a criação de personas mais assertivas, importantes na definição do seu comportamento e no tom de voz da comunicação. 

Ao total, são 12 representações que o livro “O Herói e o Fora da Lei” traz, mas hoje aprofundaremos apenas quatro delas. 

Faremos a definição de cada um deles, mostrando exemplos, e ainda como você pode utilizá-los para sua marca. 

Arquétipo do Herói

O maior desejo desse arquétipo é provar o seu valor através de ações difíceis e que demonstrem coragem. Sua estratégia se baseia em ser o mais competente e corajoso possível.

Lema: onde há vontade, há um caminho.

As características do consumidor que se relaciona com a marca que usa essa figura é: ser dinâmico, veloz e ágil. 

Quem pretende explorá-lo precisa oferecer produtos/serviços ligados às competências e aptidões ou oferecer desafios que tenham a ver com coragem, adrenalina, habilidades e coisas desse tipo. 

Um exemplo de marca que explora bastante tal arquétipo é a Nike, seu slogan: “Just do it” traduz justamente isso. 

Várias propagandas da empresa de materiais esportivos trazem esse “quê” de desafio. Como esquecer do lançamento da chuteira Tiempo, com a chancela do então melhor do mundo Ronaldinho Gaúcho? 

https://www.youtube.com/watch?v=IPSNtatlikQ

Esse foi um dos primeiros virais da internet, a consequência foi vários vídeos de pessoas no mundo todo tentando imitar o R10.

Dicas para utilizar o arquétipo Herói

Em geral, esse arquétipo é recomendado para marcas que desejam divulgar algum produto ou serviço que seja inovador, ou seja, que tenha grande impacto no mundo. 

Uma boa dica é utilizá-lo através do que é chamado de Jornada do Herói, que foi criada por Christopher Vogler e Joseph Campbell. 

Ela consiste em 12 etapas que todos que se encontram nesse arquétipo precisam passar, sendo bem representada em muitos filmes, como Matrix e até mesmo Star Wars. 

”Jornada

Dessa forma, você precisa criar uma história que passe por todos os pontos e consiga despertar o sentimento de coragem e de buscar desafios no consumidor. 

Arquétipo Fora da Lei

Os dons desse arquétipo são o espírito de liberdade e a habilidade em articular pessoas. Sua estratégia se baseia em quebrar, destruir e chocar. 

Seu desejo é de revolução, às vezes até o de vingança, mas sempre indo de encontro a uma “ordem”, o Fora da Lei quebra regras. 

Os consumidores de marcas que utilizam essa figura tendem a ser jovens, pessoas contestadoras, que gostam de autenticidade e ousadia. 

O comportamento de quem reproduz esse arquétipo é sarcástico e cínico, buscando desequilibrar a situação e ter o poder ao seu favor desse modo. 

Homem de Ferro, por exemplo, é uma ótima demonstração do Fora da Lei. Ele faz tudo do seu jeito e está sempre quebrando regras. 

Lema: as regras são feitas para ser quebradas

A MTV, por exemplo, sempre faz uso desse arquétipo na sua comunicação. 

Mundialmente e localmente, sua linguagem é sempre provocadora e seus fãs são essencialmente jovens. Toda sua programação, ações de marketing e propagandas, passam por essa característica “audaciosa”. 

https://www.youtube.com/watch?v=O09tzHeIqRY

Nessa campanha percebemos essa relação, pois o nome do vídeo, “MTV Apresenta: Don’t f*ck the ocean, do it with yourself”, é bem sugestivo. Com isso, a ação da marca traz uma comunicação bem irreverente e com um humor ácido para passar uma mensagem de conscientização para a preservação dos oceanos.

Dicas para utilizar o arquétipo Fora da Lei

Esse é um dos arquétipos que mais exige cuidado para ser utilizado, uma vez que pode acabar gerando revolta em outros públicos. 

Um comercial que é visto como provocador para um jovem, por exemplo,  pode ser considerado muito desrespeitoso por um idoso. 

Por isso, é fundamental se certificar que os seus consumidores realmente desejam algo assim antes de produzir um conteúdo. 

Caso sim, nosso conselho é começar de leve, sem ser muito afrontoso e diminuindo as chances de ser mal interpretado. 

Além disso, é muito importante que sua empresa consiga definir os limites para as campanhas, sabendo o que pode ser explorado e o que não deve.

Arquétipo Explorador

O maior desejo do Explorador é a liberdade, por isso ele quer viajar o mundo, viver aventuras e descobrir coisas novas que o façam fugir da rotina do dia a dia e do tédio. Seus maiores dons são a autonomia e a ambição.

Lema: não levante cercas à minha volta.

O consumidor desse produto é inquieto e procura por produtos que auxiliem nessa jornada de descobertas e aventuras. Ele busca algo que lhe dê a sensação de liberdade e de independência. 

Marcas vinculadas à aventura sempre usam desse arquétipo. Como exemplo, mostraremos a montadora Jeep, sua comunicação sempre se baseia em viver em constante movimento e sair da rotina do “mundo moderno”. 

https://www.youtube.com/watch?v=pBOCfjIOhh0

Nessa propaganda que selecionamos de lançamento do Jeep Renegade, percebemos que tanto o texto como as imagens do vídeo traduzem esse o Explorador. 

O slogan que a marca usa, “Make History”, traz um sentimento de aventura e de liberdade. 

Dicas para utilizar o arquétipo Explorador

A nossa principal dica para utilizar esse arquétipo é limitá-lo para produtos que realmente sejam voltados para esse público. 

Se você tiver um produto ou um serviço que realmente auxilie as pessoas a se sentirem mais livres e expressarem sua individualidade, ele é o ideal. 

Caso contrário, poderá ficar uma campanha forçada e ter um resultado completamente diferente do desejado. 

Esse tipo de imagem é ideal para empresas de turismo, de hotel, turismo, carros e até mesmo roupas. 

Busque ser original e autêntico, exatamente o que o Explorador é. 

Arquétipo Amante

Os dons do Amante são a paixão e o comprometimento. Seu desejo é se conectar com os outros através da sensualidade, sua estratégia é tornar-se atraente emocionalmente ou fisicamente. 

Ele tem como característica trazer à tona a elegância, o lúdico, o erótico e diversos prazeres efêmeros. 

Lema: só tenho olhos para você.

Atualmente, está vinculado a diversas marcas do universo da beleza, já que sua comunicação é muito voltada para o culto ao belo, à valorização do romance, da sensualidade, trazendo elementos que manifestem a atração física e a admiração corporal. 

Quem consome esses produtos busca uma exclusividade, não por status, mas sim para potencializar o seu próprio prazer. 

Um exemplo de marca que usa desse arquétipo é a Coco Chanel. 

https://www.youtube.com/watch?v=aRV-2_Un-kk

Nessa propaganda, percebemos um pouco de cada elemento que constitui a comunicação e o arquétipo do Amante.

Dicas para utilizar o arquétipo Amante

Esse é um dos arquétipos que é amplamente utilizado por diversas marcas e podem ser vistos em muitos comerciais na televisão

Ele é usado no marketing para atingir consumidores que buscam relações mais genuínas e íntimas, por isso, é ideal para produtos e serviços que são personalizados ou ainda raros. 

É importante que seja construído um cenário para isso, trazendo momentos mais privados e elegância. Os comerciais de perfume, como o citado acima, são ideias para se inspirar. 

Se você ainda tem alguma dúvida, confira as principais perguntas e respostas sobre o tema!

Agora que você já sabe mais sobre arquétipos, que tal continuar a leitura com nosso post sobre essência da marca: por que devo buscar a minha?

O que são arquétipos?

Conceito desenvolvido pelo psiquiatra e psicoterapeuta Carl Gustav Jung. Eles representam figuras que temos como modelos no nosso inconsciente. 

Quais são os arquétipos?

Segundo as escritoras Margaret Mark e Carol S. Pearson, existem 12 tipos de arquétipos, sendo eles: 
Amante, Bobo, Criador, Cuidador, Explorador, Fora da Lei, Governante, Herói, Inocente, Mago, Pessoa Comum e o Sábio. 

Como utilizar os arquétipos?

Conheça os tipos e veja qual é mais indicado para o seu público e para o objetivo da campanha.