A Macondo fez 7 anos no dia primeiro de abril. Exaltando o trabalho que foi desenvolvido da sua fundação até hoje, fizemos uma entrevista com uma das figuras centrais da nossa história. Venha com a gente, mais do que dicas e temas do mercado publicitários, falaremos da nossa trajetória.

Para falar desse primeiro momento nosso sócio-fundador, o uruguaio “xente” fina, Gerardo Carvalho

Como tudo começou?

Começou como qualquer projeto de agência de propaganda pequena, que se forma com profissionais que trabalham em outras agências e acham que já está na hora de começar seu projeto próprio. O primeiro grupo da Macondo se formou com pessoas que trabalhavam em outras agências. Já tínhamos uma certa amizade fora do mercado e começamos a falar que, talvez pelos nossos perfis e pela nossa atuação junto aos clientes que já atendíamos, tínhamos a possibilidade de avançar com um projeto próprio.

Por que Macondo?

Quando estávamos à procura de um nome para a nova agência, queríamos ter uma diferenciação antes de sair ao mercado (o que é muito difícil) e o caminho que achamos para isto foi ter um nome diferente. Algo novo que fizessem as pessoas se perguntarem sobre.

Ao buscar referências, eu lembrei do livro 100 Anos de Solidão, do Gabriel Garcia Marquez. Achei que encaixava muito bem o conceito da Macondo do livro com a agência. Um lugar que nasce do nada, um ambiente em que acontecesse muita coisa, cheio de criatividade e efervescência.

Foi difícil a aceitação do nome?

Eu lembro que quando a gente começou a comunicar a agência, através de sites e todos os materiais de agência, as pessoas quando ligavam para a gente falavam qualquer coisa menos “Macondo”. Marcondes, Marconi… quando a gente falava “a gente fala em nome da Macondo” todo mundo ficava “como? Marcondo?…Marconde?” (risos)

Alguma história engraçada com o nome?

Incrivelmente, o mercado associava muito comigo, eu era a figura mais conhecida da Macondo para fora. Muitas pessoas achavam que meu sobrenome era “Macondo”. Muita gente que não me conhecia, ou algum cliente interessado no trabalho da gente, ligava para a agência para falar com o “Sr. Macondo” (risos). O “Sr. Macondo”, teoricamente, era eu. Pensaram que era meu nome que estava no nome da agência. Teve um tempo na agência que brincavam comigo: “aí, chegou o Sr Macondo” e eu me sentia, incrivelmente, como parte da história de García Márquez, de coronéis, de donos de cidades (risos) dentro da Macondo. Mas assim, foi uma coisa engraçada porque todo mundo perguntava e se interessava o porquê desse nome que a gente colocou na agência.

Quem começou contigo esse projeto?

As primeiras pessoas que formaram a Macondo foram: Ailton Filho, que era Diretor de Arte, que também estava nesse processo de pensar em um projeto próprio; Adriana Karine, redatora muito boa, sempre esteve em agências e que estava, de uma certa forma, na hora de voar um pouco mais longe, e ser redatora de uma equipe criativa; e a Denise Gianetti, que hoje está trabalhando no Novo Jornal, mas ela sempre foi do mercado publicitário, principalmente de Atendimento.

Então, essas quatro pessoas: Eu (como planjamento e atendimento), Ailton Filho, Adriana Karine e Denise Gianetti, cada um dentro da sua área, começamos a Macondo. A agência já tinha uma certa experiência em atender clientes… e pela nossa atuação e pela conversa que a gente tinha com algumas pessoas, alguns clientes, a gente tinha muito perfil pra desenvolver um projeto próprio. Tínhamos todos os setores de uma agência nas 4 pessoas e o mais importante: tínhamos clientes que acreditavam na gente e que estavam dispostos a apoiar esse primeiro momento que é, justamente, o mais difícil.

Alguma curiosidade nesse primeiro momento?

A gente já tinha alguns clientes dispostos a apoiar isso e, nessas primeiras conversas também esteve presente, incrivelmente, Airton Minchoni. Ele trabalhava no mercado, estava em outra agência também, já estava conversando com algumas pessoas que tinham vontade também de começar um projeto próprio e esteve comigo em algumas reuniões do que viria a ser a Macondo. De início, ele falou pra gente que não era o momento dele tomar essa decisão, mas que apoiava esse projeto e que, talvez, no futuro, quem sabe… faria parte. E olha só as coincidências da vida, a Macondo foi criada, fundada, andou pelas idas e voltas, e Airton, por essas coisas da vida, hoje é um dos que está à frente.

Uma campanha marcante desses primeiros anos?

Bom, um projeto marcante que evidentemente eu não posso esquecer, pela importância que teve no começo da agência, foi o Dolce Amore Motel. Foi um cliente que marcou muito a Macondo e o mercado publicitário de Natal como um todo. Ele adquiriu, por um processo de criatividade e de exposição no mercado de Natal, uma dimensão enorme através do trabalho da Macondo e nos fizemos conhecidos no mercado através dele.

Lembro que eles apoiaram o primeiro momento da Macondo. Estavam em outra agência e vieram com a gente, mas com uma exigência muito grande: Com pouco dinheiro, precisávamos fazer com que esse cliente ficasse muito conhecido em Natal.

Eu acho que é indubitável aqueles primeiros anos de campanhas memoráveis para o Dolce Amore que a gente desenvolveu. Lembro que era comentário em toda a cidade sobre os outdoors que a gente colocava e os jingles que colocamos no rádio. Eu acho que isso nos deu um reconhecimento de agência pequena, mas criativa.

Lembro de alguns comentários que os carros passavam por onde estavam os outdoors do Dolce Amore só para mostrar a outras pessoas a criatividade, o engraçado que era algumas campanhas. Quando chegávamos em alguns lugares de Natal (mídia, clientes, bancos), onde a gente dizia que era da agência do Dolce Amore, as pessoas falavam: “aaaah siiiim, são muito divertidas e criativas as campanhas do Dolce Amore”. Esse foi um projeto marcante pra gente, foi muito reconhecido, muito memorável dentro da cidade e fez com que muitos clientes olhassem pra gente com mais atenção.

Um cliente que deu uma virada de chave?

Um cliente que deu uma virada grande na agência foi o Colégio Overdose. Eles chegaram até nós depois de observar bastante nossa atuação no mercado. Acreditaram que éramos o tipo de agência que estavam procurando e conseguimos coisas maravilhosas com o atual Over.

Fomos responsáveis pela criação desse nome, dessa marca, de campanhas memoráveis, acompanhamos o crescimento incrível desse colégio que começou muito pequeno e hoje é gigante na cidade.

A gente foi responsável por essa conta durante anos e conseguimos desenvolver campanhas muito boas. Foi um cliente que deu uma virada na agência, porque trouxe maior recursos por ser um cliente de grande visibilidade na mídia. Não atendíamos muitos clientes que fizessem mídia constante.

Trouxe esse investimento para dentro da agência, fazendo com que crescêssemos tanto em faturamento como em pessoal, pois precisávamos atender esse cliente com outras áreas que a gente não tinha na agência, como a de mídia. Tivemos até que contratar um diretor de arte com capacidades de ilustrador, para nos auxiliar com o desenvolvimento dessa marca. Acho que esse cliente nos deu outra dimensão, nos fez mais conhecidos e, obviamente, com mais contatos, dentro e fora de Natal.

Como foi a chegada dessa nova geração de gestores da Macondo?

A chegada de Airton e Valverde se deu em um contexto recente. Como todo projeto empresarial, a Macondo teve altos e baixos. A gente teve problemas em 2016, começamos a crescer em número de clientes, mas não tanto em faturamento. Não conseguíamos encontrar um modelo que acompanhasse as mudanças que tinha a agência.

Tivemos saídas de sócios dentro da empresa. Procurávamos um modelo diferente pra trabalhar. A gente já tinha detectado que a área digital era uma área que deveríamos começar a caminhar, não tínhamos pessoal qualificado para isso, nem direção na agência para encarar um projeto desses. Tivemos muitas discussões dentro da agência tentando procurar esse modelo e não achávamos.

Dentro desse processo, a gente começou a ter problemas financeiros porque, evidentemente, a baixa no mercado era sensível, não contávamos com clientes grandes que sustentassem a agência num momento desse e estávamos à procura de alternativas.

Nesse momento, eu falei com Airton, conversei com ele sobre qual caminho eu achava que era possível para sair da crise. É engraçado porque (as coincidências da vida, né?) eu pego Airton num momento crucial da sua vida também, ele estava saindo de um projeto e, no primeiro momento eu fiz ele pensar muito em me acompanhar nesse projeto da Macondo, e graças a Deus, Airton topou esse desafio. Me propôs um modelo, discutimos e eu achei que era esse mesmo o caminho.

Tomamos algumas decisões: eu saí do operacional, ficando ainda na retaguarda e Rafael Valverde junto com Airton assumiu a gestão. Esse projeto era com outras pessoas, outras cabeças. Era uma agência nova, um modelo novo, com conhecimentos novos e precisava de ares novos.

Por que a Macondo tem sobrevivido a um mercado tão competitivo?

Justamente por isso, porque sempre foi uma agência que teve a cabeça aberta, das pessoas que estiveram à frente, para se adaptar. A gente nunca teve uma estrutura rígida de trabalho, nem um modelo fechado. A gente sempre esteve aberto às novidades do mercado, às tendências e sempre tivemos a capacidade de discutir e se adaptar a como o mercado está se posicionando e quais são as necessidades desse mercado em atenção à comunicação e propaganda.

Então, eu acho que esse foi o grande desafio: uma agência pequena sem muita estrutura de custos, mas muito conhecimento, muita análise de mercado e muito planejamento.

Obviamente, que o modelo digital é o modelo pra uma agência do futuro, a gente não pode desconhecer que o modelo histórico de agência acabou. Temos que pensar novos modelos, novas formas de atendimento, novas mídias, novos canais. Porque existem novas necessidades, novos clientes e daqui a 20 anos o mundo será totalmente diferente de tudo que é hoje, e tudo com base no digital.

Acho que Airton e Valverde vieram para tocar pra frente esse novo projeto da Macondo com essa cabeça. A Macondo tem dado certo porque, certamente, ela não é a mesma de 7 anos atrás, mas seu posicionamento no mercado é. Ela é uma agência diferente, profissional e que proporciona resultados grandes para os clientes.